O jornal A Tribuna desta sexta-feira (26) traz uma lista de 16 candidatos a deputado federal que estão pendurados na Justiça. Faltando apenas uma semana para o pleito a possibilidade de haver mudanças na composição da bancada após a eleição do próximo domingo (5) é grande.
Esse é um desgaste que joga sobre a Lei Ficha-Limpa um certo desânimo. Apesar de o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Álvaro Bourguignon chamar atenção para o equilíbrio das decisões e alertar o eleitor para conhecer a ficha de seus candidatos, na pratica, sabemos que não é bem assim.
O eleitor está distante da eleição, não consegue encontrar entre os candidatos aquele que realmente o representa e a escolha do nome que vai apostar no dia 5 é por obrigação apenas. Neste sentido, cobrar que ele procure saber quem são os candidatos que podem vir a perder o mandato depois é muito grende.
A lei surgiu justamente para limitar a participação de pessoas que têm problemas com a Justiça de disputarem as eleições, mas os buracos da peneira parecem largos. Tanto que candidatos com ficha questionável vão disputar, alguns vão se e eleger e outro vão cumprir todo o mandato e disputar outras eleições sem serem incomodados.
As brechas da lei já fizeram com que houvesse muita confusão na eleição passada e dois anos após o pleito havia mudanças no plenário da Assembleia, por exemplo. Há aí uma insegurança jurídica muito grande que contribui ainda mais para essa rejeição da população ao processo eleitoral.
O caminho para uma moralização real das eleições, assim como do sistema político como um todo, seria mesmo a reforma política. Um tema que, se depender da classe política, não será abordado de fato, nunca. Como diria Charles De Gaulle, “a política é um assunto sério demais para deixar com os políticos.”
Fragmentos:
1 – Dilma não veio ao Espírito Santo, mas o coordenador da campanha da presidente, Geraldo Accioly, está no Estado desde quarta-feira (24). Será que está gostando do desempenho do PT capixaba?
2 – O fim de semana, o último antes da eleição, será de muita movimentação dos candidatos. É hora de disputar cada espaço do Estado em busca dos últimos votos.
3 – A batalha sangrenta entre João Coser (PT) e Rose de Freitas (PMDB) cria um clima pesado no palanque de Paulo Hartung.
