O governador Renato Casagrande, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo nessa quarta-feira (27), deixou transparecer a preocupação com as movimentações do presidente do seu partido, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em relação à disputa presidencial de 2014.
Casagrande criticou a antecipação do debate eleitoral do próximo ano e disse à Folha que defende, dentro do PSB, que o tema seja discutido somente no ano que vem.
Os motivos dessa posição podem ser explicados pela situação local. Com 16 partidos em sua base aliada, o grupo do governador se prepara para a reeleição mantendo a trinca PT-PSB-PMDB na frente do palanque. O posicionamento das peças ainda não está definido entre as vagas de vice e candidatura ao Senado, mas a tendência é de que a distribuição dos postos no palanque não fuja do trio, mesmo com esperneio do PDT e PR.
Eduardo Campos vem buscando formas de criar condições para um palanque alternativo ao da presidente Dilma Rousseff. Mas a proposta não é unânime dentro do partido. O ex-ministro Ciro Gomes, por exemplo, já sinalizou na imprensa nacional sua posição contrária à ideia de campos.
A presidente Dilma também reagiu às movimentações do socialista e excluiu Pernambuco do roteiro de apresentação de sua candidatura à reeleição em 2014.
A preocupação dos meios políticos no Estado é de que a tensão causada no cenário nacional possa interferir nas movimentações do Estado. Além disso, a questão eleitoral pode atrapalhar as ações do governo do Estado em relação à busca de soluções para as perdas que o Estado vem sofrendo com as sucessivas derrotas no Congresso Nacional em relação ao repasse de verbas federais.
Para Casagrande, o debate eleitoral sobre a sucessão presidencial deve ser deflagrado apenas em 2014. Casagrande afirmou que, neste momento, o PSB deve “ajudar a presidente Dilma a governar o país”.