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Prestação de contas de Ricardo Oliveira se resume à dívida com filantrópicos

Os deputados estaduais que compõem a Comissão de Saúde e os outros que compareceram à prestação de contas do secretário estadual de Saúde, na manhã desta segunda-feira (2), na Assembleia Legislativa, passaram a maior parte do tempo discutindo a dívida do Estado com os hospitais filantrópicos do Estado. 
 
A sessão teve início com uma longa explanação do secretário Ricardo Oliveira sobre a situação em que encontrou sua pasta, já que a prestação é relativa ao último quadrimestre do ano passado. Assim como fez a secretária de Fazenda, Ana Paula Vescovi, na semana passada, o cenário pintado pelo titular da Saúde também foi pessimista. 
 
O secretário repetiu o cenário que já havia declarado no início do mês com o déficit orçamentário de R$ 155,2 milhões. Ao todo foram aplicados em 2014 na área da Saúde R$ 2,487 bilhões.
 
Para 2015 o Orçamento estimado é de cerca de R$ 2,122 bilhões. O secretário disse também que somados os R$ 115 milhões de serviços executados e não liquidados de 2014 ao orçamento de 2015, a Sesa tem um déficit estimado de mais de R$ 520 milhões.
 
Mas os dados apresentados por Ricardo Oliveira deixaram transparecer um ponto positivo para o governo anterior. Em 2014 foram aplicados 18,47% do orçamento do Estado na área da saúde, mais de 6% acima do mínimo constitucional, que é de 12%. Ele destacou que em comparação com os Estados das regiões sudeste, sul e centro-oeste, o Espírito Santo foi o Estado que mais aplicou no financiamento da saúde em 2014.
 
Os deputados mantiveram uma postura de debate, sem, contudo, conforntar o secretário. Os membros da Comissão de Saúde reforçaram o clima de descontrole de contas do governo, mas foram enfáticos ao cobrar uma solução para a dívida do Estado com os filantrópicos. 
 
A cobrança maior veio dos parlamentares ligados a essas instituições, como o deputado Almir Vieira (PRP), diretor do Hospital dos Servidores Públicos, que chegou a sugerir a abertura de uma linha de crédito no Banestes em favor dos filantrópicos. O deputado destacou ainda que a falta de recursos no Estado não pode ser justificativa para o não pagamento da dívida. 
 
Oliveira destacou que os hospitais filantrópicos representam 60% do atendimento público de saúde, e mais de 80% no atendimento de alta complexidade. A dívida da Sesa com essas instituições é de R$ 94 milhões, dívida que começou a ser quitada com recursos provenientes do governo federal.
 
Os deputados, porém, fizeram os apontamentos de forma bem cortês, evitando qualquer tipo de conforto, os questionamento e cobranças foram feitos em tom de “sugestão” e os deputados sempre reforçavam esse tom em suas falas. O deputado Sérgio Majeski (PSDB) foi quem subiu um pouco o tom, dizendo que o governo deveria estar preparado para o cenário, buscando formas alternativas de dar as respostas à sociedade. 
 
O secretário de Segurança, André Garcia, também é esperado para falar sobre o corte de combustível das polícias. O governador Paulo Hartung presta conta do último quadriênio de 2014 na quarta-feira (4). Na próxima semana, o secretário de Cultura, João Gualberto, falará na Assembleia sobre a obra do Cais das Artes.
 
Com dois meses de mandato, Hartung e sua equipe não têm prestado contas de seu governo e sim usado o espaço para reforçar a guerra de números com o governo passado. 

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