quarta-feira, junho 25, 2025
19.9 C
Vitória
quarta-feira, junho 25, 2025
quarta-feira, junho 25, 2025

Leia Também:

Ricardo Ferraço tenta proteger reeleição ao Senado

Desde que foi preterido na disputa para a quarta recondução à presidência da Assembleia, o deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) tem feito movimentos discretos, que foram lidos por parte dos meios políticos como uma tentativa de não atrapalhar as articulações do filho, senador Ricardo Ferraço (PSDB), para 2018. Essa leitura também aponta para a possibilidade de o tucano vir a ser puxado para a disputa ao governo do Estado como sucessor do governador Paulo Hartung (PMDB).
 
Mas essa visão não é bem digerida pelos interlocutores tucanos. Quando houve a primeira tentativa do governador Paulo Hartung em retornar ao ninho tucano, ainda no início deste ano, a proposta levada para as lideranças do partido teria sido essa, mas acabou não avançando. 
 
Hartung queria disputar o Senado pelo PSDB entregando a sucessão do governo a Ricardo Ferraço, já que a outra vaga já estaria praticamente assegurada pelo senador Magno Malta (PR), que concentra seu capital político em um eleitorado mais popular, portanto, diverso do de Hartung.
 
A estratégia eleitoral de Hartung é conhecida de outras eleições. Ele primeiro limpa o campo, retirando os focos de disputa para depois entrar no pleito, sem adversários, garantindo uma vitória fácil. Desta vez, porém, tem encontrado dificuldade em convencer Ricardo Ferraço a mudar seus planos para 2018.
 
Essa proposta de disputar o governo, porém, não teria agradado Ricardo Ferraço. No Senado, o tucano tem conseguido manter um trabalho consistente e manter uma capilaridade forte, além de ter herdado o espólio de setores do empresariado que pertenciam ao ex-senador Gerson Camata. Daí a falta de interesse em se arriscar em uma temerária disputa ao Palácio Anchieta.
 
O senador tem feito vários movimentos no sentido de tentar proteger sua vaga. Primeiro, se uniu ao senador Magno Malta para tentar ampliar seu eleitorado, de carona na popularidade do senador do PR. Depois de seu nome aparecer na lista de beneficiários da Odebrecht – teria recebido, via “caixa 2”, R$ 400 mil da empreiteira na campanha ao Senado em 2010 –, Malta nitidamente passou a manter distância do colega tucano.
 
Magno Malta afirma que foi o tucano que preferiu se resguardar, mas nos meios políticos a impressão é de que o republicano tenta desfazer os laços com o colega denunciado para não se sujar com a lama da Lava Jato.
 
A delação da JBS acertou em cheio o senador Aécio Neves. O tucano era uma espécie de padrinho de Ricardo Ferraço dentro do PSDB. Com Aécio praticamente riscado da cena política, o senador capixaba agora conta com as próprias forças para buscar a reeleição. Ele jogou todas suas fichas numa manobra arriscada, ao assumir a relatoria da Reforma Trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. A jogada pode lhe render visibilidade, mas também pode causar desgaste, já que há muita resistência da população às mudanças.

Mais Lidas