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Sem financiamento privado, ‘donos da máquina’ largam na frente nas eleições 2016

Em 2015, uma rodada de pesquisas eleitorais apontou que todos os prefeitos da Grande Vitória estavam em baixa com a população, o que fomentou as articulações para a eleição deste ano em torno dos adversários em potencial para a disputa. Mas uma reviravolta trazida pela minirreforma eleitoral recolocou os atuais gestores no jogo político e com força. 
 
Uma reportagem do jornal O Globo dessa segunda-feira (25) mostra que sem as doações de empresas, a máquina pública ganhará força no processo eleitoral. Isso porque os recursos para as campanhas deverão vir apenas de duas fontes: doação de pessoas físicas ou fundo partidário. O período curto de campanha (45 dias) também prejudica os candidatos que procuram se firmar, sobretudo os que estão sem mandato eletivo. 
 
Em relação às doações físicas, a situação é complicada, já que não há cultura no Brasil em relação a essa prática. Em 2014, aliás, isso deu confusão. O PSOL trabalhou com doação de pessoas físicas e muitos doadores foram chamados a dar explicações à Justiça eleitoral posteriormente. 
 
O Tribunal convocou em várias partes do País financiadores de campanha que tenham feito doações superiores a 10% de seu rendimento no ano anterior. A Justiça Eleitoral cruzou o valor doado ao candidato e os dados declarados no Imposto de Renda de Pessoa Física. A questão é que muitos desses doadores do partido, que são pessoas físicas, tiveram renda atual inferior a R$ 26.916,55, em 2014, o que os isenta de declarar imposto de renda. A confusão pode espantar os interessados e investir em uma campanha eleitoral este ano.
 
A outra forma de financiamento é o fundo partidário. O recurso disponibilizado para os partidos este ano é de R$ 819 milhões. Mas esse valor não é exclusivo para financiamento de campanhas. Na verdade o foco principal do recurso é a manutenção dos partidos. A campanha é feita com o que sobrar. Além disso, os partidos vão apostar em cândidos com maiores chances de vitória e em grandes colégios eleitorais, o que pode complicar a vida de quem está em municípios que não sejam capitais ou que tenham menos de 100 mil habitantes. 
 
Os prefeitos parecem estar cientes da vantagem e têm começado a investir em visibilidade de suas gestões para sair na frente na disputa. Até 2 de julho, os gestores podem fazer inaugurações, contratações, assinar ordem de serviço, enfim. Tem um longo período para lustrar suas imagens. 
 
Na Grande Vitória, o ano começou com muitas placas, anunciando obras. Os prefeitos vão investir nas entregas para ganhar a confiança do eleitor e ganhar fortalecimento até o período eleitoral. 
 
Como a campanha terá apenas 45 dias, os prefeitos chegam ao pleito em vantagem enquanto seus adversários não terão o mesmo palanque, sobretudo os que não tiverem mandato legislativo, pois ficam distantes da memória do eleitor. 

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