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Ancorado em mais de 55 milhões de votos contabilizados nas urnas e elevado à condição de mito endeusado até mesmo por quem diz professar o verdadeiro Deus, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) pisa em terreno firme para formar seu ministério, que a partir de janeiro de 2019 será responsável pelo gerenciamento do Brasil. 

Apesar de não causar surpresas à maioria de seus seguidores, pela negação ética e moral que o nome e as ações dos agraciados fazem aflorar, já que tudo é permitido, a indicação dos futuros ministros contribui para ampliar o contingente dos insatisfeitos que formam a frente de resistência à quebra de paradigmas seculares que embasam o Estado laico e conceitos de democracia e do Direito.  

Esse cenário se estabelece com a indicação do juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, e se confirma com a aceitação, fixando nessa operação, necessária para barrar a corrupção endêmica no País, a marca do partidarismo político, do antipetismo doentio que tomou conta do País. 

O super ministério de Moro faz cair por terra o mote da campanha de Bolsonaro, de uma nova política, com destaque para o “agora vai ser diferente”, que se revela uma grande conversa fiada.  

É nesse cenário que o senador Magno Malta (PR) se enquadra, ao alcançar mais uma etapa de sua trajetória política, marcada por inquestionável desfaçatez. Se assim não fosse, como explicar que ele apareça com o mesmo entusiasmo tanto ao lado dos presidentes Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT), agora por ele demonizados, quanto aos abraços com o presidente da vez, Michel Temer (MDB), e encostado ao peito do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que o quer ministro, para cuidar da família e do desenvolvimento social? 

O senador Magno Malta irá cuidar da área relacionada aos direitos humanos, logo ele, denunciado por abusos praticados na CPI da Pedofilia, presidida por ele no Congresso Nacional,  sendo a última formalizada pelo ex-cobrador de ônibus Luiz Ales de Lima, de Vitória, torturado e até hoje com sérias seqüelas. Apesar disso ele vai, pois  é o “irmão eterno” do presidente, respaldado por lideranças evangélicas do lucrativo sistema religioso televisivo. 

Nomes como Onyx Lorenzoni, obscuro deputado federal pelo DEM de Porto Alegre, corrupto confesso e futuro chefe da Casa Civil, do astronauta  Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia com poder de gestão sobre 63 universidades e responsável pela área de pesquisa científicas sem vivência  no setor, se juntarão ao de Magno Malta.

Compõem o chamado núcleo duro do governo, cujo eixo de assenta em uma rígida política de combate à corrupção e de garantia de segurança pública, de todo inquestionável, embora os meios apresentados contrariem o respeito à liberdade de expressão, os direitos humanos e a própria a democracia. 

A formação desse grupo despreza os aspectos técnicos e o conhecimento das respectivas áreas de atuação, privilegiando práticas condenadas, como a indicação para cargos de amigos derrotados nas urnas, como Magno Malta, revivendo a velha “boquinha”. Além disso, amplia a concentração de poder em áreas sensíveis, com visíveis marcas totalitarista, bem ao modo do presidente eleito.   

 

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