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‘Escolas serão as últimas a fechar’, afirma secretário estadual de Saúde

Ano letivo começa no auge da 4ª onda. Critérios para testagem escolar em massa serão publicados 

“Neste momento, as escolas serão as últimas a fechar e as primeiras a abrir diante de qualquer possibilidade de abertura ou necessidade de fechamento”. A afirmação é do secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (1) ao lado do subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin.

“Iremos preservar a oferta de serviços educacionais em cenários que possam ser de aumento da pressão assistencial, mas adotamos critérios como por exemplo ocupação de 90% dos leitos hospitalares, crescimento muito grande dos óbitos, que podem levar à classificação de Risco Alto e Extremo, em que novas medidas qualificadas serão adotadas”, prosseguiu, destacando que o governo do Estado possui hoje 1,6 mil leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).

O total corresponde a “mais de três leitos para cada dez mil habitantes, o padrão mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde [OMS]”. Segundo Nésio, o Espírito Santo tinha “a metade dessa quantidade no momento anterior à pandemia. Conseguimos garantir um legado para a população”.

A explicação foi a resposta sobre quais os indicadores seguidos pelo Estado para atender à orientação feita pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) na última quinta-feira (27), que orienta que “os sistemas e redes de ensino estabeleçam critérios para a tomada de decisão sobre a suspensão temporária da presencialidade”, de modo que a prioridade do retorno presencial das aulas respeite a garantia da segurança sanitária de toda a comunidade escolar”. 

A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) estabeleceu o retorno presencial das aulas nesta quinta-feira (3), para todos os estudantes, sem revezamento ou ensino híbrido. Algumas prefeituras, no entanto, estão adiando um pouco a data, em função do agravamento de todos os indicadores da pandemia.

A própria Sesa reconhece que a atual e a próxima semanas serão o pico desta quarta onda de covid-19, marcada pela predominância da variante Ômicron, a mais transmissível de todas até o momento, cuja capacidade de transmissão chegou a ser comparada com a do sarampo pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sublinhou o médico e neurocientista Miguel Nicolelis

Os critérios para a testagem em massa nas escolas serão compilados em uma Nota Técnica a ser publicada nesta quarta-feira (2), informou Nésio Fernandes, na véspera, portanto, da inauguração do ano letivo na rede estadual e em boa parte das redes municipais. 

O retorno presencial das aulas, sublinhou, “será a principal oportunidade de avançar rapidamente na cobertura vacinal das crianças, principalmente com a Coronavac, que possui intervalo menor entre as duas doses e maior facilidade logística de aplicação, que pode ser feita nas próprias escolas”. 

Outros protocolos também estão sendo revistos: quando fechar turmas ou atividades escolares e qual deve ser o período de afastamento de estudantes ou profissionais testados positivamente para a Covid-19. 

“Estamos conseguindo, em consulta aos técnicos do Ministério da Saúde e de outros estados e especialistas no Brasil, chegar a uma síntese madura de qual será o melhor protocolo adotado no Espírito Santo, porque não nos parece mais adequado fecharmos turmas com ocorrência de dois casos, como ocorre no critério atual. Também deve ser publicado amanhã [quarta]”, informou o gestor. 

Sobre o afastamento das crianças e adolescentes infectados, o protocolo atual é de sete dias, desde que a partir do sexto dia a criança não apresente mais sintomas, e de dez dias, em caso de persistir o quadro sintomático. Está em avaliação pelo governo do Estado a adoção de dez dias para ambos os casos. 

O subsecretário Reblin acrescentou que a Plataforma Escola Segura pressupõe que cada escola deve registrar seu plano de contingência e ter um comitê de acompanhamento funcionando. “Isso desde o começo do enfrentamento da Covid. O plano deve estar disponível para consulta e ser aplicado e o comitê deve ser plenamente ativado com a participação dos pais e da comunidade”, ressaltou. 

49% de positividade 

Fora das escolas, a testagem no Espírito Santo atingiu, na última semana de janeiro, a taxa de 8,3 testes por dia para cada dez mil habitantes. “É o padrão dos países europeus. Sem dúvida devemos configurar entre os estados que mais testam no Brasil, sendo que 88% dos testes feitos aqui são disponibilizados pelo poder público”, acentuou, informando que a positividade no mês de janeiro fechou em 49%, provavelmente a mais alta desde o início da pandemia. 

Overbooking de testes

Nésio Fernandes e Luiz Carlos Reblin informaram ainda que ao longo desta semana o serviço de agendamento eletrônico da testagem irá migrar para a Plataforma Vacina e Confia, que disponibilizará um overbooking de 200 testes, para reduzir a ociosidade da capacidade de testagem, que sofre com a ausência de 25% a 30% dos pacientes que agendam seu teste. 

Os gestores também destacaram a parceria com a rede privada para acelerar a vacinação. “Setores econômicos firmaram pacto de exigir passaporte vacinal e irão oferecer novos postos de vacinação nos próximos dias”.

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