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Infantil de Vila Velha: mais óbitos, falta de materiais básicos e de manutenção

Na noite de terça (24) para quarta-feira (25), foram registrados mais dois óbitos de recém-nascidos no Hospital Infantil de Vila Velha (Heimaba). Essas perdas somam-se aos casos ainda não explicados pela direção da unidade hospitalar, desde que a administração foi transferida para o Instituto de Gestão e Humanização (IGH), em setembro de 2017.
O Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde-ES) também teve acesso a fotografias que denunciam o descaso com a pediatria do Heimaba. As imagens, feitas nesta semana, mostram paredes cheias de mofo, infiltrações, goteiras, portas quebradas, banheiros deteriorados e falta de manutenção nos espaços. “Esta situação absurda é agravada pela falta de materiais básicos como luvas e seringas. Este descaso contribui com o aumento das chances de contaminação hospitalar”, alerta o diretor de Comunicação do Sindsaúde-ES, Valdecir Gomes Nascimento.
O Heimaba também sofre com problemas de infraestrutura na própria UTI Neonatal, que, nas últimas chuvas, sofreu com goteiras. Há suspeitas de que prematuros tenham contraído infecção por fungos. 
O IGH também descumpriu cláusulas firmadas com o Estado, contratando, por exemplo, profissionais recém-formados para atuar na UTI Neonatal (Utin), sendo que os trabalhadores deveriam ter dois anos de experiência, no mínimo. Logo após a terceirização, denúncias começaram a chegar ao Sindicato dando conta de que as mortes tinham disparado na Utin, comparadas à época em que o hospital era gerido pelo Estado, e também a outros setores do hospital.
Jornada de trabalho
Representantes do Sindsaúde-ES já haviam enviado ofício para a administração do Hospital Infantil de Vila Velha para exigir o que está previsto em lei quanto a jornada de trabalho dos servidores estatutários que tenham vínculo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).
Os servidores relatam que estão sendo impedidos de usufruir das folgas a que têm direito. “É permitido o trabalho em regime de turnos, desde que seja concedida a compensação da jornada. Uma vez que o servidor trabalhe mais do que sua jornada diária, semanal ou mensal limite, o Estado deverá compensar o servidor com folgas na quantidade de horas excedentes ao que foi feita. Não sendo possível realizar compensação, deverá o Estado efetuar o pagamento de horas extras”, diz o texto do ofício encaminhado.
De acordo com a entidade, este é apenas um dos problemas identificados nos hospitais que passaram pelo processo de privatização/terceirização imposto pelo governo Paulo Hartung. “Esta política do atual governador tem se mostrado perversa com os trabalhadores. Em teoria, Organizações Sociais como o IGH não têm fins lucrativos, mas esta não é a realidade encontrada na prática”, denuncia a presidente do Sindsaúde-ES, Geiza Pinheiro.

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