O Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgou, na última semana, a sétima edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública com dados de violência, homicídios e situação carcerária de todo o País. O estudo corrobora com outros levantamentos que apontam a alta taxa de homicídios do Estado e a vitimização de jovens e negros.
O Anuário, no entanto, mostra também que a qualidade dos dados do Espírito Santo para a confecção do estudo não permitem fazer uma comparação real da queda no número de homicídios que o Estado vem apresentando.
De acordo com o estudo, entre 2011 e 2012, o Estado apresentou uma queda na taxa de crimes violentos letais intencionais (CVLI) de 32,8%. Os CVLI englobam as ocorrências de homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. O Anuário aponta que as taxas em 2011 foram de 41,8 mortes por grupo de 100 mil habitantes, contra 28,1 por 100 mil em 2012.
O resultado é bem diferente do apresentado pelo Mapa da Violência 2014 – os Jovens do Brasil, lançado no início de julho deste ano. De acordo com o Mapa, em 2011 a taxa de homicídios do Estado foi de 47,4 por 100 mil e em 2012 de 47,3, ou seja, uma queda de 0,2% entre os anos.
O Anuário, no entanto, traz outros dados que mostram como a cultura da violência está enraizada no Estado, já que sistematiza, também, os crimes que não resultam em morte.
Segundo o estudo, o Estado apresenta, também, altas taxas de crimes não letais, que flutuam anualmente. Em 2010 foram registradas 2.143 ocorrências de tentativa de homicídios, o que corresponde a taxa de 61,1 por 100 mil; em 2001 foram 2.053 ocorrências, com taxa de 57,9; e em 2012 foram 1.308 ocorrências de homicídio tentado com taxa de 36,6 por grupo de 100 mil habitantes.
No quesito lesão corporal dolosa (com intenção), os números e taxas são ainda mais altos. Segundo o Anuário, em 2010 foram registradas 12.117 ocorrências, com taxa de 344,7 por grupo de 100 mil habitantes; em 2011 foram 11.602 ocorrência, o que representa taxa de 324,3 por 100 mil; e em 2012 foram 8.318 ocorrências, com taxa de 232,5 lesões corporais dolosas por grupo de 100 mil habitantes.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública também aponta que a maioria das mortes ocorridas no Estado são causadas por armas de fogo. De acordo com o estudo, em 2011 80,8% das mortes foram por arma de fogo, contra 19,2% causadas por outros meios.
Faixa etária
Os dados da sétima edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública também comprovam que os jovens são as principais vítimas de homicídios no Estado. O estudo mostra que, em 2011 a taxa de adolescentes com idades entre 15 e 19 anos mortos foi de 119,3 por grupo de 100 mil; com idades entre 20 e 24 anos, 112,2 por 100 mil; e na faixa etária entre 25 e 29 anos, a taxa de homicídios ficou em 85,4 por 100 mil.
As taxas registradas nestas três faixas etárias correspondem à juventude (15 a 29 anos) e são as mais altas dentre todas as outras idades.