
Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (25), o superintendente da Polícia Federal no Estado, delegado Erivelton Leão de Oliveira (foto), salientou que o piloto do helicóptero não se referiu à família do senador no depoimento. Ele salientou que o piloto disse que tinha a possibilidade de utilizar a aeronave quando achasse necessário.
A movimentação em torno do caso começou há cerca de dez dias, quando uma propriedade rural no município de Brejetuba, também na região serrana, começou a ser monitorada pela PF. A propriedade havia sido adquirida há aproximadamente um mês por um valor cinco vezes acima do de mercado, o que levantou suspeitas no município e chegou à Polícia Militar que, num trabalho de inteligência, passou a monitorar a movimentação na localidade.
Segundo o superintendente, na ocasião da aquisição da propriedade houve um churrasco e os participantes comentaram que voltariam no fim do mês. Depois disso o monitoramento começou a ser feito.
No dia da chegada da droga, os policiais federais fizeram o monitoramento na região em que os suspeitos circulavam em terra. Eles ficaram de campana na mata aguardando a chegada do carregamento. Os suspeitos foram presos no momento em que descarregavam a droga e se preparavam para abastecer a aeronave.
De acordo com o delegado, o piloto alegou ter recebido R$ 60 mil para fazer o transporte da carga de São Paulo para o Estado. O superintendente acrescentou que as investigações vão prosseguir
para apurar se as drogas seguiriam do Espírito Santo para outros estados. Além disso, a o proprietário da terra adquirida também vai ser investigado. Ele não foi um detido na operação.

O helicóptero apreendido pertence à empresa Limeira Agropecuária, de propriedade do deputado estadual pelo estado de Minas Geral, Gustavo Perrela (SDD), filho do senador Zezé Perrela. Em entrevista ao jornal O Estado de Minas, o advogado da família, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, o piloto utilizou indevidamente a aeronave. E disse que a aeronave foi “furtada” da família pelo piloto.
A PF não divulgou o nome dos suspeitos, mas o Estado de Minas reporta que foram presos o piloto Rogério Almeida Antunes, de 36 anos, que é natural de Campinas, São Paulo, o copiloto Alexandre José de Oliveira Júnior, de 26 anos, o comerciante Róbson Ferreira Dias, de 56, e Everaldo Lopes de Souza, de 37.
Já o deputado Gustavo Perrela, em entrevista coletiva na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), disse que ficou sabendo da apreensão pela imprensa e que um boletim de ocorrência foi feito pela família atestando o furto do helicóptero.