Um dos fatos mais graves identificados pela inspeção foi a falta de um local adequado para manter os presos. “A unidade é pequena, não tem muito espaço e nem uma sala reservada para abrigar os detentos. O que se tem é uma estrutura de ferro que mantém os presos algemados e não garante nenhuma segurança aos policiais e aos cidadãos”, disse, Humberto Mileip, vice-presidente do Sindipol/ES.
Segundo a entidade, a delegacia fica no segundo andar de um prédio, mas não possui rampas de acesso ou elevador para pessoas com locomoção reduzida, além da estrutura física estar em péssimas condições.
No interior do prédio, foram constatadas paredes mofadas, com rachaduras e infiltrações, teto descascando, fiação exposta, entre outros problemas.
Com relação às viaturas, existem três, porém, uma está comprometida pelo desgaste do tempo de uso.
A unidade policial de Ibiraçu registra aproximadamente 306 inquéritos ao ano, mas conta apenas com quatro investigadores de polícia e um delegado que também responde pela cidade de João Neiva. Ou seja: são cinco policiais responsáveis por atender a demanda de uma população estimada em mais de 12.500 habitantes, chegando a uma média de 2,5 mil pessoas para cada policial.
“É preocupante a situação de todas as unidades da Polícia Civil no Espírito Santo. Enquanto o governo não agir com políticas realmente estruturantes, nós vamos continuar definhando. Chega de medidas paliativas. Precisamos de políticas que valorizem os nossos policiais e garantam as condições mínimas de trabalho”, disse Jorge Emílio Leal, presidente do Sindipol/ES.