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Com mais de 100 demissões em 60 dias, ferroviários protestam contra gestão da Vale

Sindfer promoveu ato nesta segunda-feira no acesso às dependências da mineradora, no Complexo de Tubarão

Divulgação/Sindfer

O Sindicato dos Ferroviários do Espírito Santo e Minas Gerais (Sindfer) promoveu um protesto na manhã desta segunda-feira (17) no acesso dos trabalhadores às dependências da Vale, no Complexo de Tubarão, em Vitória.

 O ato teve como principal objetivo mostrar a indignação da categoria com as mais de 100 demissões ocorridas nos últimos 60 dias, muitas delas, afetando empregados que apresentavam quadros de doenças, o que os fragilizou ainda mais. 

“As demissões contradizem o discurso oficial da Vale à época do Acordo Coletivo de Trabalho, assinado em novembro”, ressalta o presidente do Sindfer, Wagner Xavier, referindo-se à justificativa apresentada pelos negociadores da empresa, de que o reajuste abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) integral do período era necessário para viabilizar a sustentabilidade das plantas da Vale em todo o país, evitando demissões. “Não foi o que ocorreu”, acentua o líder sindical.

PLR 

A manifestação desta segunda-feira também serviu para reivindicar a reabertura das negociações da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2022, a ser paga em março de 2023. Na última semana de dezembro, os trabalhadores rejeitaram em assembleia a proposta de PLR apresentada pela Vale

Na proposta, a empresa incluiu, no modelo de pagamento do benefício, um fator de redução de 5% do valor da PLR a todos os empregados que sofrerem algum tipo de punição administrativo ao longo do ano. “Nossa rejeição não foi tanto quanto ao redutor de 5%, mas devido essa inclusão ter sido feita sem uma ampla discussão com o sindicato”, assinala Wagner Xavier. 

Trabalhadores reintegrados

Em outubro, passado, o Sindicato comemorou a reintegração, via judicial, de mais de trinta trabalhadores que haviam sido demitidos desde o início de 2021. A maioria dos demitidos também apresentavam problemas de saúde, muitos deles ainda em tratamento médico. Consideradas ilegais pela Justiça do Trabalho, as demissões foram revertidas e os trabalhadores reintegrados a seus cargos.

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