Na reunião desta segunda-feira, a direção dos Correios propôs revogar, por 90 dias, a medida que suspendeu as férias dos funcionários, mas com o parcelamento dos valores em até cinco vezes para aqueles que ultrapassarem o teto de R$ 3,5 mil.
Os trabalhadores também paralisaram as atividades contra a entrega alternada; pela entrega matutina em todo o País; por segurança nas agências e abertura dos livros contábeis da empresa.
A direção dos Correios propôs, além do descongelamento das férias, que seriam suspensas novas implantações de Distribuição Domiciliar Alternada (DDA), Otimização de Atividades Internas (OAI) e de Centros de Distribuições Domiciliárias (CDD), com avaliação dos locais onde foram implantados; e, em relação aos dias parados, a última sexta-feira (28) fosse descontada e os demais compensados na própria unidade até 30 de maio.
A Federação Nacional dos Trabalhdores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) considerou que a proposta da empresa não era satisfatória e orientou pela rejeição nas assembleias. Sobre o DDA, OAI e CDD, segundo a entidade, a suspensão da medida já havia sido acordada anteriormente, o que não configura nova proposta, já que já havia sido firmada em dezembro de 2016.
Sobre as férias, a Fentec aponta que a proposta dos Correios garante apenas o retorno das férias para os meses de maio, junho e julho, prejudicando os demais empregados do segundo semestre; as férias foram antecipadamente agendadas entre a empresa e o empregado, e a decisão de suspensão unilateralmente pela direção dos Correios descumpre o normativo da própria estatal; o limite para o pagamento de férias no valor de R$ 3,5 mil deixaria uma parcela dos empregados prejudicados financeiramente, devido às demais cinco parcelas; e o condicionamento da retirada das ações judiciais prejudica processos judiciais dos sindicatos, que já se encontram com liminar em alguns estados.
Além de orientar a rejeição da proposta, a Fentec busca alternativas para o lançamento contábil do pós-emprego (demissões motivadas) para reavaliar as variáveis aplicadas no cálculo e o lançamento parcelado da medida, para que não gere impacto na situação econômica da empresa. Além disso, a federação também vai articular em conjunto com a empresa e com os sindicatos medidas para reaver os repasses adiantados para o governo federal que fragilizam novos investimentos nos Correios.