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‘Rambo Capixaba’, o retorno

Ações do coronel Ramalho remetem à fórmula executada no passado por quem…quem? Rodney Miranda!

Redes Sociais

Secretário estadual de Segurança Pública; propagação da imagem de “herói” e de temido pela criminalidade; publicações midiáticas nas redes sociais. Ao mesmo tempo, cotado para se candidatar à Prefeitura de Vila Velha nas eleições de 2024 e derrotado à Câmara dos Deputados. O enredo se enquadraria, tranquilamente, em um período passado registrado no Espírito Santo, tendo como protagonista o ex-secretário de Paulo Hartung (sem partido), ex-deputado estadual e ex-prefeito canela-verde, Rodney Miranda, na época do partido DEM, que hoje protagoniza ações semelhantes em Goiás. Mas trata-se, digamos, de uma espécie de sucessor nos mesmos moldes, o coronel Alexandre Ramalho (Podemos). Basta uma rápida passada por suas redes sociais, para constatar as semelhanças. Há incontáveis vídeos de apreensões, prisões, armas, apelos e até “conselhos”, seguidos de chamadas como: “vamos pra cima!”. Ramalho aparece, na maioria deles, como a figura principal, aquele que arromba porta, que interroga o alvo, que faz e acontece. Tem conseguido, desta forma, engajamento, como diz em uma de suas publicações – ele tem, hoje, 42,6 mil seguidores no Instagram. Ramalho também já incorporou a pose para outras agendas e temas. Mas é o “diário da segurança” seu foco principal e a área que tem encontrado campo para tentar galgar terreno político e votos. O coronel, como se sabe, tem ambições: queria disputar o Senado, foi barrado, teve que aceitar a descida para a Câmara, mas ficou na suplência. Agora, está na lista de possíveis palanques para Vila Velha. Na época de Rodney, a fórmula, inicialmente, funcionou. E o novo “Rambo Capixaba”, se o projeto for adiante, convence o eleitorado?

Reações
Assim como acontecia com Rodney, que aparecia nos holofotes de grandes operações vendendo a imagem de “superdelegado” e executava medidas consideradas desproporcionais e descabidas, as ações de Ramalho também já são alvo de críticas e polêmicas.

Reações II
A mais recente delas, o discurso exposto em vídeo que fez a um adolescente apreendido: “Você vai para o caixão mais cedo”; “Vocês vão morrer”, “Essa vida de cordãozinho e de anel. Você vai para o caixão mais cedo”; “vai trabalhar, vai buscar um emprego formal, vai estudar, vai se profissionalizar”. Autopromoção em cima de um jovem pobre e negro, grupo social que é a principal vítima de violência no Estado.

Peça do jogo
O nome de Ramalho como possível peça em Vila Velha ganhou força nos últimos dias, inserido nos movimentos de rompimento do PP versus Renato Casagrande (PSB). Para isso, porém, ele teria que deixar o Podemos, partido ainda integrante do arco principal de alianças do governador.

Estreia
No ano passado, Ramalho não escondeu sua insatisfação com o Podemos em ter sido preterido da candidatura ao Senado, para favorecer a chapa formada por Rose de Freitas (MDB) e Casagrande. Depois de digerir o tombo, decidiu topar disputar a Câmara dos Deputados, meio contrariado, mas topou. Ficou na primeira suplência, atrás dos eleitos Gilson Daniel e Victor Linhalis. Nessa empreitada, Ramalho recebeu 33,8 mil votos.

Queda livre
Já Rodney, em 2018, conquistou 42,8 mil votos, mas também não entrou. Aí, recebeu abrigo em Goiânia, na gestão de Ronaldo Caiado (União). Em 2020, chegou a sinalizar que disputaria a Prefeitura de Vitória, mas não encontrou espaço nem no próprio partido, o Republicanos. Lá em Goiás, onde resolveu ficar, encarou no ano passado outra disputa à Câmara. Resultado: 4,8 mil votos.

Juntos
Para quem não se lembra, o atual secretário de Segurança integrou a fracassada gestão de Rodney em Vila Velha, na pasta de Prevenção, Combate à Violência e Trânsito. Ele foi na sequência comandante-geral da PM na última gestão de Hartung e secretário em Viana. No governo Casagrande, chegou no início de 2020.

Vitrines
No ponto da diferença entre os dois, possível de identificar de imediato, está o canal de divulgação das ações midiáticas. Na época da Rodney, as redes socias não tinham esse alcance todo na política. O então secretário chamava a imprensa amiga para registrar suas megaoperações e se mantinha o tempo todo em destaque, vestido de Rambo. Ramalho já entendeu a ferramenta como estratégica e tem feito dela canal direto com seu eleitorado em potencial. A propósito, quem é o videomaker do secretário escalado nas operações?

Exterior
Nesta semana, a “blogueiragem” de Ramalho é no exterior. O secretário já grava vídeos da Estônia, Europa, onde participa de evento sobre “governos digitais”, área, segundo ele, de interesse para aplicar na área de Segurança do Estado. Diz Ramalho que o governo foi convidado, sem custos. No seu lugar, está o subsecretário Marcio Celante.

Nas redes
“(…) Continuarei fazendo a minha parte: partindo com carga total pra cima de traficantes e homicidas, contudo sem perder meu senso de humanidade. Acredito que isso sim, seja a verdadeira prática dos direitos humanos”. Ramalho em uma das publicações, propagando seu discurso para justificar as exposições feitas nas redes sociais.

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