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Trabalhadores dos Correios sinalizam greve no Estado a partir do dia 11

Empresa tem até o dia anterior para dialogar com a categoria sobre suas reivindicações e excesso de trabalho

Os trabalhadores dos Correios do Espírito Santo sinalizam greve por tempo indeterminado a partir do dia 11 de novembro, caso a empresa não abra diálogo com a categoria, que se queixa de excesso de trabalho, inclusive aos sábados, domingos e feriados. A possibilidade de iniciar a paralisação foi anunciada à estatal por meio de ofício encaminhado na última sexta-feira (29).

“Se até o dia 10 a empresa não tiver realizado uma reunião oficial com os trabalhadores, registrada em ata, nesse mesmo dia faremos assembleia para deliberar sobre a greve”, comunica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Correios, Prestação de Serviços Postais, Telégrafos, Encomendas e Similares do Espírito (Sintect/ES), Antônio José Alves Braga.

A entidade já havia encaminhado um ofício para a empresa em 13 de setembro, mas não obteve resposta. Nele, afirma que tem recebido denúncias de “falta de estrutura, assédios, má gestão da máquina pública e processos administrativos gerados contra os trabalhadores, oriundos de falhas de processos concebidos pela própria empresa”.
Em um segundo documento, o Sintec destaca que durante todo o ano de 2021, “a Superintendência Regional do Espírito Santo tem abusado do uso das convocações em dias de repouso”, salientando que “os empregados têm trabalhado por diversos domingos e praticamente todos os feriados, sob ameaça da gestão nas unidades”.
Antônio afirma que a empresa não realiza concurso desde 2011. Somado a isso, as compras pela internet aumentaram durante a pandemia do coronavírus, o número de bairros atendidos por cada carteiro também, fazendo com que a qualidade dos serviços dos Correios caísse, elevando problemas, como os casos de extravio.
Ele destaca também o fato de que os trabalhadores têm feito duas horas extras por dia no expediente da semana, além de trabalhar aos sábados também com hora extra, e domingos e feriados. Para o presidente do sindicato, existe nos Correios a intenção de desanimar o trabalhador para justificar a privatização. “Ele fica desanimado, o trabalho não rende, e se ele se negar a comparecer, sofre processo administrativo”, enfatiza.
Antônio acrescenta: “nessa situação o trabalhador não vê alternativa, a não ser cruzar os braços, parar as atividades. Não estamos nos negando a trabalhar, mas queremos condições dignas para isso”, defende. Ele relata que os trabalhadores se queixam de cansaço e da falta de tempo livre para outras atividades, que não sejam as laborais.
O presidente do Sintect recorda que, no Acordo Coletivo de Trabalho firmado em 2020, foram perdidas ou modificadas mais de 50 cláusulas. Uma delas é a que determina que caso o funcionário tenha que trabalhar aos domingos ou feriados, pode receber em dinheiro ou em dois dias de folga, conforme sua escolha. Agora, porém, é a empresa que decide, e sempre nega a folga.

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