Números
A disputa eleitoral deste ano trouxe mais uma vez a reflexão sobre o papel dos números e sua influência no eleitorado. O que se viu no último domingo (28) deu uma ideia de como o mercado político enxerga as pesquisas e o uso delas pelos meios de comunicação.
Este ano foi evidente a profusão de empresas que ofereceram serviço de pesquisa Estado afora. Essas pesquisas foram para o consumo dos candidatos desconfiados dos números das pesquisas publicadas nos jornais. Alguns candidatos buscaram profissionais de fora do Estado para isso.
A grande parte dos candidatos evitou os institutos ligados a veículos de comunicação, dada a insegurança dos dados apresentados. Em Linhares, ainda no primeiro turno, o grupo do candidato vitorioso conseguiu juridicamente barrar a publicação de alguns levantamentos feitos no município com o objetivo de veiculação.
Em Vitória, desde o primeiro turno, havia um cenário que apontava para uma eleição que terminaria no dia 7 de outubro, enquanto as movimentações de bastidores e o clima das ruas mostravam uma disputa acirrada entre os dois principais nomes que passaram para o segundo turno.
Aliás, em Vitória, a artificialidade da eleição é recorrente no que se trata da diminuição do capital de Luciano Rezende (PPS). Em 2008, quando ele disputou a eleição para prefeito, foi vítima de uma pesquisa do Instituto Futura, divulgado na véspera da eleição, com um cenário em que ele não teria condições de disputar o segundo turno com o prefeito João Coser (PT). O resultado das urnas mostraram que se não fosse o voto útil praticado com a diminuição do capital do popular socialista, ele teria chegado ao segundo turno.
Este ano, a coisa seguiu o caminho inverso. Luciano aparecia na frente, mas o jornal que começou a circular na véspera da eleição apontava uma virada artificial de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), o que não ocorreu. Há quem fale em novos critérios para a fiscalização da atuação dos institutos de pesquisa e há até os mais exaltados que pregam a proibição da divulgação das pesquisas no período eleitoral.
Mas pela própria postura dos veículos e institutos, a população começa a perceber a manobra. Para a próxima eleição, os candidatos têm em suas mãos material farto dessa disputa para contradizer os números que virão a ser divulgados. A classe política vai ficar mais esperta e a população também.
Fragmentos
1 – O secretário de Estado de Fazenda, Maurício Duque, participou da sessão ordinária na manhã desta quarta-feira (31) para explicar aos parlamentares o objeto do Projeto de Lei 388/2012, que trata sobre a legislação de regência do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap).
2 – Na sessão dessa terça-feira (30), a matéria foi baixada de pauta e vários deputados reclamaram de dúvidas. Queriam que o governador detalhasse o projeto. O ponto de divergência é a autonomia que o Estado terá para tomar decisões por decreto.
3 – O secretário disse que a matéria não muda nada em relação à fiscalização da Assembleia Legislativa e explicou que o Poder Executivo poderá estabelecer medidas complementares necessárias ao regramento do Fundap, mesmo que por decretos, com o intuito de aquecer a economia capixaba.
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