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​Instituto volta a denunciar ausência de políticas sociais em morros de Vitória

De julho até agora, aponta o Raízes, ocorreram três assassinatos na região e mais 50 famílias pretendem deixar suas casas

O Instituto Raízes divulgou nesta sexta-feira (20) uma nota em que voltou a denunciar a ausência de políticas sociais na região dos morros do Centro de Vitória, que abrange o da Piedade, Capixaba, Moscoso e Fonte Grande. Segundo a entidade, desde o início de julho de 2021, “movimentações violentas e que amedrontam os moradores voltaram a acontecer no território, ocupando os becos e as vielas” e com registros de “três assassinatos na região, invasões de domicílios e ameaças a moradores”.

A última delas foi nessa madrugada na Fonte Grande, quando, de acordo com a vice-diretora do Instituto, Mariana Cristina Ramos de Araújo, houve um tiroteio que culminou na morte de uma pessoa.

O Raízes ressalta que nenhuma medida protetiva às comunidades foi adotada pelas autoridades até agora e denuncia ainda que, após três anos da instalação da Base da Polícia Militar na localidade, “a sensação de segurança e as políticas sociais não chegaram para atendimento às comunidades”. 


De 2018 para cá, segundo a nota, aconteceram 14 mortes no território sem que nenhum desses crimes fosse julgado; e 40 famílias deixaram suas casas e passaram a viver de aluguel social, benefício concedido por meio de decisão judicial. Além disso, atualmente cerca de 50 famílias manifestam interesse de deixar a comunidade “por sentir medo de estar em suas casas”.

Ainda de acordo com o Raízes, o Plano de Ação 15, que “contém diversas medidas necessárias para as comunidades, foi construído e protocolado aos governantes, mas não temos respostas efetivas”. Esse plano consiste nas 15 demandas apresentadas pelas comunidades em junho de 2020, cujo compromisso com o seu atendimento foi estabelecido pela gestão do governador Renato Casagrande (PSB) e do então prefeito de Vitória, Luciano Rezende (Cidadania).
Entre as demandas estão a ampliação do atendimento de saúde com mais psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, médicos, agente de saúde e outros profissionais; avaliação de todos os postes da comunidade para troca de lâmpadas queimadas; demolição de casas abandonadas; criação e fortalecimento de projetos de cultura e esporte; instalação de câmeras em pontos estratégicos da comunidade; e mutirão de limpeza fixo.
O Instituto Raízes reafirma que continuará firme “na defesa das comunidades do território do samba e na cobrança do poder público de intervenções eficazes, por meio de políticas públicas e na salvaguarda da vida das pessoas que moram nas periferias do Estado”.

Assassinato no Morro da Capixaba
Um dos assassinatos acontecidos nesse período de julho foi no Morro da Capixaba, onde houve um tiroteio em uma festa julina que culminou em uma pessoa morta e outra ferida. Com o ocorrido, a Associação de Moradores do Centro (Amacentro) e a Irmandade do Rosário realizaram uma celebração ecumênica na quadra do morro, com o objetivo de registrar a necessidade da cultura de paz e do cumprimento do papel do Estado, com a garantia de políticas públicas como segurança, saneamento e coleta de lixo.

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