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Carta da agroecologia já tem 31 candidatos assinantes no Estado

João Coser e Gilbertinho, que disputam em Vitória, estão entre os seis candidatos a prefeitos que aderiram à campanha

No Brasil, 350 candidatos já assinaram uma carta-compromisso lançada pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) na qual se comprometem em fortalecer políticas públicas voltadas à promoção da agroecologia nos municípios. No Espírito Santo, a versão capixaba, com contribuição da Articulação Capixaba de Agroecologia (ACA) e da Rede Urbana Capixaba de Agroecologia (Ruca), já soma 31 assinaturas, sendo seis deles candidatos a prefeito em suas cidades.

As candidaturas ao executivo municipal que já assumiram o compromisso são as encabeçadas por João Coser (PT) e Gilbertinho Campos (Psol) na Capital; Edson Marquiori (PSB) e Professora Cláudia (PT), em Nova Venécia; Cacalo (PSB), em Muqui; e Everaldo (SD), em Boa Esperança. A lista completa divulgada até o momento segue no final da reportagem.

Apesar de ser a única cidade do Espírito Santo que não possui zona rural, Vitória registrou mais da metade das assinaturas até o momento: 16. Alegre, Nova Venécia e Vila Velha vêm em segundo, com três. Até agora, 10 dos 78 municípios possuem ao menos uma candidatura que assumiu compromisso com as propostas. O partido que lidera com folga o ranking no Estado é o PT, com 17 assinantes, seguido pelo PSB, com cinco.

A carta é fruto de um estudo realizado no âmbito nacional que resultou em um levantamento com mais de 700 experiências de políticas públicas que tiveram êxito em municípios brasileiros, resultando numa seleção final com 35 delas, apresentadas como sugestão aos candidatos.

Das 22 iniciativas mapeadas no Espírito Santo, três figuram no documento da carta-compromisso: a experiência das Guardiãs de Saberes das Plantas Medicinais em Vitória, com a implementação de hortas de plantas medicinais nas unidades de saúde e no Sistema Único de Saúde (SUS); o Plano de Desenvolvimento Rural de Cachoeiro de Itapemirim, que reúne várias políticas públicas; e o Mercado Popular de São Gabriel da Palha, coordenado pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

“O Espírito Santo sempre foi pioneiro na agroecologia e agricultura orgânica. Pudemos levantar experiências desde 1983 com o Hortão de Cachoeiro de Itapemirim, com participação da prefeitura e dos movimentos sociais com a bandeira da agricultura alternativa, como se chamava então”, conta Josean de Castro Vieira, que coordenou a pesquisa no Espírito Santo.

Divulgação/ MPA

Para ele, a mobilização no Espírito Santo tem sido boa nas primeiras semanas da campanha, tendo merecido destaque da ANA como uma das unidades da federação onde a carta tem consigo bom número de assinaturas. Josean destaca que foram realizadas duas conferências online com candidatos, uma organizada pela ACA e outras pela Rede Urbana Capixaba de Agroecologia, apresentando a carta-compromisso e também a cartilha lançada pela Ruca focada em propostas para a agroecologia nas áreas urbanas. “Foi criado um ambiente positivo, pois candidatos assinaram após os eventos. E também os coletivos de cada local estão buscando adesões nos municípios”.

Josean considera que muita coisa ainda precisa ser feita, mas acredita que a assinatura da carta-compromisso consegue reunir aliados em torno da causa para que possam apoiar a agroecologia em seus mandatos, ou caso não se elejam, seguir defendendo a questão. “Um novo processo de conversa será feito depois do pleito com eleitos e eleitas para convencer a colocar as propostas nos planos de governo e de mandato, mesmo para os que não tenham assinado a carta”.

A versão capixaba da carta está disponível no site da Ruca e as assinaturas continuam sendo coletadas até a véspera da eleição, com atualização periódica nas redes sociais e sites da Articulação Nacional de Agroecologia e Ruca.

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