Mais uma vez, os deputados aliados do Palácio Anchieta tentam proteger o governo de entrar em debate sobre questões polêmicas. Uma manobra na sessão desta segunda-feira (6) foi articulada para evitar que o secretário de Educação, Haroldo Rocha, possa participar de um debate sobre a Plano Estadual de Educação na Comissão de Ciências e Tecnologia.
A controvérsia aconteceu na discussão do item 86 do Expediente, com o requerimento nº 174/2015, da Comissão de Ciência e Tecnologia, presidida pelo deputado Sérgio Majeski (PSDB), com base no artigo 57 da Constituição Estadual, de convocação do Secretário de Estado de Educação para expor e debater sobre Ciência, Tecnologia, Inclusão Digital e Qualificação Profissional, dentro do Plano Estadual de Educação, com data a ser definida pelo secretário, entre os dias 30 de junho a 10 de julho de 2015.
Assim que o pedido foi lido, o líder do governo, Gildevan Fernandes (PV), foi ao microfone de aparte justificar o pedido de negativa à convocação, afirmando que o Plano já fora aprovada e por isso não se justificaria maisa discussão. Majeski rebateu afirmando que, como presidente da Comissão, queria trazer o secretário que também é presidente do Fórum Estadual de Educação, para discutir como fica a educação tecnológica e a ciência e tecnologia dentro desse processo. O deputado criticou o “temor” de se evitar que o secretário seja questionado.
A presidente da Comissão de Educação, Luzia Toledo (PMDB), também encaminhou pela rejeição, com uma justificativa que também não convenceu. Ela afirmou que na semana passada se fez o primeiro seminário sobre o Plano Nacional de Educação, um ano depois de sua aprovação. Ela afirmou que o Plano Estadual acabou de ser aprovado, e que “não há nada para ser apresentado agora”.
A impressão que ficou depois da manobra é e que os aliados do governo tentam blindar a imagem de Haroldo. Diante do desempenho do secretário na audiência pública sobre a Escola Viva, os deputados parecem ter entendido que seria melhor deixar o secretário longe do contato com a comunidade escolar. Afinal, o Plano Estadual de Educação também foi feito sem a discussão ampla com a comunidade escolar.