O vice-governador César Colnago (PSDB) parece estar em capacitação política. O governador colocou em seu colo um abacaxi difícil de descascar. Ele vai cuidar dos projetos de ocupação social em um governo que diz não ter recursos e que vem fazendo cortes em todas as áreas, inclusive nas políticas sociais.
Apesar de César Colnago não ser um político com perfil “povão” – tem perfil articulador -, em vários momentos mostrou habilidade política e tolerância para desatar os nós em favor do governador Paulo Hartung, seja em sua passagem pela Assembleia como vereador na Câmara de Vitória ou no comando do PSDB capixaba.
No ano passado, o tucano conseguiu driblar a irredutibilidade do presidenciável Aécio Neves, que insistia na manutenção da aliança com o ex-governador Renato Casagrande (PSB), que colocava o ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas, na condição de candidato ao Senado.
O desafio de Colnago será o de buscar formas de conseguir visibilidade com o setor, garantindo que o governo não sofra desgastes, sem recursos. Os governos anteriores de Hartung não tiveram um retrospecto de grande interlocutor com a sociedade.
Assim, Hartung coloca o vice à frente de uma área que causa desgastes, para levar sua habilidade política a outro patamar, enquanto observa sua capacidade de lidar com situações espinhosas e sair delas com agenda positiva.
Mesmo sendo aliado de Hartung, Colnago tem uma movimentação que o garante um espaço político no Estado consistente e seu trabalho nos próximos anos pode credenciá-lo para a sucessão estadual, embora o vice de Hartung comece a sinalizar seu interesse na prefeitura de Vitória no próximo ano.
Independentemente de seus objetivos políticos, seu desempenho na coordenação de projetos sociais pode capacitá-lo, se souber driblar os desgastes naturais deste caminho escolhido.
