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João Coser deixa o governo em busca de visibilidade para 2018

A saída de João Coser da Secretaria de Estado de Habitação e Desenvolvimento Urbano, anunciada para o fim de dezembro, mexeu com o mercado político que vislumbra na disputa de 2018. Coser avisou que irá reassumir a presidência regional do PT e comandará o partido no ano de realização da disputa para a presidência do diretório do partido, que seu grupo domina no Estado.

Embora dentro do PT haja muita resistência à aliança entre Coser e o governador Paulo Hartung (PMDB), que se estabeleceu desde o início da década de 2000, o motivo da saída não é apenas partidário. Coser é candidato a deputado federal em 2018 e no partido, os dois deputados atuais – Helder Salomão e Givaldo Vieira – estão trabalhando com o fortalecimento de suas imagens para a disputa à reeleição para a Câmara.

Já Coser, em uma secretaria que tem poucas entregas, com negativas constantes do governo, o titular da pasta fica sem visibilidade, o que o deixa em desvantagem para a disputa. Neste sentido, dentro do governo, o petista fica de mãos atadas para conseguir atrair os holofotes e, consequentemente, seu fortalecimento político.

Outra questão, ainda mais complicada para a permanência do partido no governo é a impossibilidade de manutenção da aliança com governador. Hartung é do partido do presidente Michel Temer (PMDB), o governador não mostrou qualquer resistência ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

A longa parceria entre Coser e Hartung foi um dos fatos políticos mais comentados no processo eleitoral de 2014. Oficialmente, a candidata ao Senado na chapa de Hartung era Rose de Freitas (PMDB). Mas nos meios políticos ficou clara o apoio (glandestino) do governador à candidatura de Coser, que disputou o Senado no palanque próprio do PT.

A aliança de Coser com Hartung causou muita resistência dentro do PT. Muitas lideranças do partido se movimentaram contra a ida de Coser para a equipe de Hartung, sobretudo após a movimentação que culminou com o impeachment de Dilma Rousseff. Mesmo assim, Coser e Hartung mantiveram a aliança de grupo acima das questões partidárias e nacionais.

Mas o cenário para 2018 parece ser bem diferente daquele apresentado em 2014, o que deve exigir das lideranças do PT uma postura mais partidária. Por parte do governador, também não é interessante assumir compromissos com lideranças petistas em um momento de desgaste do partido.

A solução cogitada nos meios políticos seria a saída de Coser do PT, mas ele não está disposto a mudar de sigla, ainda mais com um processo de eleição do diretório em que ele pode manter o controle da sigla no Estado, como vem acontecendo desde sua gestão à frente da Prefeitura de Vitória, por meio dos aliados de sua corrente partidária, a Alternativa Socialista.

Mudança

A saída de Coser, porém, pode não significar o fim da participação petista no governo Paulo Hartung. Uma movimentação na Assembleia pode manter a pasta na mão do partido. Com o retorno de Rodrigo Coelho (PDT) à Assembleia, ao deixar a Secretaria de Assistência Social, haveria uma articulação para acomodar o suplente do pedetista, Luiz Durão.

A manobra consistiria em o governo puxar para o Executivo um dos deputados do PT – Honório Siqueira ou José Carlos Nunes –  para a secretaria, abrindo vaga para Durão, que é o suplente da coligação formada em 2014 entre PT e PDT na proporcional.

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