O Ministério Público Estadual (MPES) abriu procedimento preliminar, chamada notícia de fato, para investigar o vereador de Vitória Fabrício Gandini (PPS) por supostas práticas de propaganda eleitoral antecipada, conduta vedada e abuso de poder econômico. A Promotoria de Justiça Cível de Vitória vai apurar se o vereador promoveu-se distribuindo edições da revista Câmara Notícias, publicação da Câmara de Vitória, em eventos e se deu publicidade desproporcional a iniciativas do período em que presidiu a Casa (2013-2014).
Imagens fotográficas registram que o vereador de Vitória e pré-candidato à reeleição distribuiu edições da revista, com cartões de visitas de Gandini emitidos pela Câmara grampeados nas capas, em uma audiência pública promovida pela Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec) no auditório da escola municipal Elzira Vivacqua dos Santos, em Jardim Camburi, para apresentação do pré-projeto do Parque Zé da Bola, também no bairro. O bairro é reduto eleitoral do aliado do prefeito Luciano Rezende (PPS).
A edição inaugural, uma das publicações distribuídas, celebra os atos do então presidente da Câmara. A matéria de capa é dedicada ao controverso projeto Fiscaliza Vitória, do qual Gandini se orgulha de ter elaborado como presidente. Feito com a ideia edificante de resgatar o papel fiscalizador do Poder Legislativo, o Fiscaliza Vitória tem a missão de apurar os serviços da prefeitura à população. Uma equipe é acionada por telefone ou pelo site do próprio projeto.
Gandini ainda deu grande publicidade a atos e projetos de sua passagem pela presidência da Câmara de Vitória. Contratos de serviços gráficos, desenvolvimento de mídia digital e de organização de eventos da Câmara firmados no período de sua gestão custaram pelo menos R$ 1 milhão aos cofres da Câmara. Os serviços foram dirigidos menos aos cidadãos e mais para a promoção das iniciativas do então presidente.
A publicidade do Fiscaliza Vitória foi um dos projetos que mais abocanhou recursos da Câmara. Os contratos mais vultuosos foram feitos com as empresas Infinity Negócios e Serviços, para organização de eventos, E-Brand Estratégias On Line, para desenvolvimento de mídia digital, e Sollo Serviços de Call Center, para atendimento informatizado. Os três custaram pouco mais de R$ 1 milhão.