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Problemas internos afetam tripé partidário da base aliada no Estado

A troca de comando no PSB capixaba, com a saída de Macaciel Breda e retorno do antigo presidente Luiz Carlos Ciciliotti, foi uma medida articulada no Palácio Anchieta para tentar minimizar a primeira crise no partido, desde o fortalecimento da base depois da eleição de 2012. 
 
As lideranças reagiram à possibilidade da perda de comando por parte do grupo do governador Renato Casagrande. Com a justificativa de motim dos candidatos a deputado estadual, que estariam preocupados com o privilégio que Breda teria à frente do partido, o presidente foi substituído para apaziguar os ânimos no partido, mas as incompatibilidades internas podem se estender em outros capítulos. 
 
Esta crise partidária não se restringe, porém, ao ninho da pomba. As principais siglas participantes do projeto de unanimidade instalado no Estado passam por crises internas neste período pré-eleitoral. 
 
O PT vive um momento de discussão interna acalorada. Na próxima semana, o partido define seu novo comando com a realização do Processo de Eleições Diretas (PED). Na disputa pelo comando do partido estão o ex-prefeito de Vitória João Coser, a senadora Ana Rita Esgário e o subsecretário de Estado dos Direitos Humanos, Perly Cipriano. Mais do que o comando do partido, Coser e Ana Rita travam outra batalha pela vaga de candidato a senador pelo PT em 2014. 
 
A discussão passa também pelas articulações com o PSB de Casagrande e com o PR do senador Magno Malta. O PR, aliás, também passou por crise depois da saída de vários nomes de capilaridade eleitoral para a disputa proporcional. O primeiro foi o ex-prefeito de Vila Velha Neucimar Fraga. Depois, deixaram o partido o secretário de Esportes do Estado Vandinho Leite; o subsecretário de Política de Combate às Drogas do governo do Estado, Ledir Porto; o vice-prefeito de Vitória Waguinho Ito; e os deputados estaduais José Esmeraldo e Glauber Coelho. 
 
Depois das desfiliações, o senador Magno Malta promoveu uma busca de novos nomes para reforçar os quadros do partido que vão subsidiar sua provável candidatura ao governo do Estado no próximo ano. Aparentemente, conseguiu apaziguar os ânimos no partido. 
 
Já no PMDB, continua o cabo de guerra entre os chamados históricos e o grupo do ex-governador Paulo Hartung. O grupo quer candidatura própria ao governo em 2014, mas a maioria dos membros do partido entende que o melhor é a permanência no palanque de Casagrande. 
 
O movimento puxado pelos deputados estaduais em busca de acomodação para uma chapa proporcional ganhou adesão dos prefeitos e, internamente, a discussão passa pelo fato de o grupo tentar fechar os acordos para o próximo ano com a Executiva Nacional, sem que o assunto seja discutido amplamente com a base.
 
Para os meios políticos, a crise interna nos partidos se deve à mudança de posicionamento em relação ao governo do Estado. Na gestão de Paulo Hartung houve uma valorização das políticas de grupo, que diminuiu a força dos partidos e promoveu um controle muito forte da classe política. Com o relaxamento desse sistema, depois da ascensão de Renato Casagrande, a siglas encontram dificuldades para se posicionar no tabuleiro eleitoral, sem uma voz de comando para dar o direcionamento das lideranças no processo.

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