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Reboque partidário

PSDB, liderado no Estado por Vandinho, tem pressa em fechar com o Podemos para evitar mais desidratações em 2024 

Lucas S.Costa/Ales

As conversas no campo nacional para fechar uma federação entre o PSDB-Cidadania e o Podemos-PSC registram uma pressa especial no ninho tucano. Há anos desidratado e acumulando derrotas em eleições – a pior de sua história em 2022 -, situação encontrada também no Espírito Santo, a cúpula nacional se esforça para evitar desfiliações e ainda mais perdas de espaço. O assunto tem repercutido na imprensa devido às movimentações do líder do partido, Eduardo Leite (RS). A meta é definir a questão ainda no primeiro semestre deste ano, já como boia de salvação para a disputa de 2024. A federação colocaria freio em uma ameaça já em curso, de assédio de outras legendas maiores, como o PL, PSD e Republicanos, a prefeitos do PSDB, além de garantir tamanho eleitoral. Um dos locais de risco é São Paulo, tradicional reduto do ninho tucano, com a perda do governo depois de 28 anos. No Rio de Janeiro, o cenário também é desolador. Por aqui, o ritmo segue, igualmente, em queda livre. O PSDB saiu de 14 prefeitos para quatro; não reelegeu deputados federais no ano passado, apesar de ter apresentado nomes conhecidos e com votos, como Max Filho e Sergio Majeski; e garantiu só duas cadeiras na Assembleia Legislativa, com Vandinho Leite, presidente estadual da legenda, e Mazinho dos Anjos. Ganhou, porém, um respiro com o vice-governador e secretário, Ricardo Ferraço. Assim como em outros estados, também não tem leque de novas lideranças e ainda protagoniza mais brigas internas. O quadro geral impõe barreiras às metas anunciadas recentemente por Vandinho, de apresentar palanques sólidos na Grande Vitória e no interior. Que venha, então, mais um reboque partidário!

Atrás do prejuízo
Há cobranças para que Eduardo Leite circule pelos estados e coloque a mão nos diretórios mais problemáticos. Em abril, o PSDB e o Podemos devem fechar as regras. Ao contrário do que foi feito com o Cidadania, os tucanos querem mudar o critério que hoje considera as bancadas da Câmara para definir as candidaturas prioritárias em cada estado. O PSDB capixaba não tem ninguém, nem o Cidadania. Já o Podemos elegeu Gilson Daniel e Victor Linhalis – o PSC também ninguém.

Atrás do prejuízo II
Se pensar nos tucanos, as lideranças que aparecem para as eleições nas cidades mais estratégicas, são, em Vitória, Mazinho, Majeski e o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas. Em Vila Velha, o ex-prefeito Max Filho sinaliza deixar a legenda; e, na Serra, Vandinho poderia disputar de novo, embora tente articulação com o ex-prefeito Audifax Barcelos (sem partido). Ah, bom lembrar: Majeski também andou insatisfeito com o partido.

Lideranças
Na coluna passada, mostrei o tamanho da federação, caso seja consolidada. A principal mudança será na Assembleia, passando a liderar as bancadas, com sete cadeiras. Já em relação aos municípios, somaria 16 – Cidadania tem nove; PSDB, quatro; Podemos duas; e PSC, uma. O atual campeão de prefeituras é o PSB, com 13.

Projeções
Embora tenha o vice-governador, o PSDB, se disputar em Vitória, não deverá contar com o apoio do Palácio Anchieta. Isso estaria reservado ao PT, que caminhou com o PSB em nível nacional e deverá apresentar, de novo, o deputado estadual João Coser. Casagrande, no entanto, pode voltar a “lavar as mãos”, como fez na disputa presidencial.

Acomodações
Enquanto isso, os ruídos de Vandinho com o governador ficam cada vez mais distantes. Depois de muitas turbulências e aparições recentes juntos, nesta segunda-feira (27), foi lido o requerimento de criação da CPI da regularização fundiária, proposta pelo deputado. Para viabilizá-la, foi necessário “arrumar a Casa” e encerrar outra, de Tyago Hoffmann (PSB), da base do governo.

Quem não quer?
A festa em comemoração aos 156 anos de emancipação política de Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado, nesse sábado (25), atraiu a atenção da oposição ferrenha a Renato Casagrande (PSB). Nas fotos oficiais, só aliados do governador. Já nas redes sociais, o senador Magno Malta (PL) e o deputado federal Evair de Melo (PP) fizeram questão de mostrar presença e fazer discurso.

Quem não quer II?
No município, comandado também por um aliado de Casagrande, o prefeito Victor Coelho (PSB), o principal ato foi a assinatura da Ordem de Serviço para a construção do novo Hospital do Câncer. Obras em outras áreas, como educação, esporte e assistência social, completaram a agenda e os apertos de mão.

‘Paizão’
A propósito, Magno aproveitou a visita ao Estado do ministro dos Transportes, Renan Filho, na sexta-feira (24), para reivindicar a paternidade de duas obras visitadas por eles: Contorno do Mestre Álvaro e o trecho que liga o Cais de Capuaba à BR-262. Diz o senador que é o autor da federalização das obras e que divulgar que as mesmas estavam paradas é “maldade”. Aquela história, filho bonito tem sempre muitos pais.

Abrigo
Enquanto a ex-senadora Rose de Freitas (MDB) sumiu do mapa político após a derrota de 2022, seu irmão já conhecido por receber abrigos em cargos comissionados voltou a aparecer. Edward Dickinson de Freitas foi nomeado no governo do Estado como assessor especial nível I da Secretaria da Casa Civil.

Abrigo II
Para quem não se lembra, Edward passou anos loteado na Companhia Docas do Estado (Codesa), onde Rose tinha domínio. Em 2021, na operação da Polícia Federal (PF) que mirou na ex-senadora, devido a indícios de corrupção em contratos, ele chegou a ser preso.

Nas redes
“Mais um episódio de violência em uma escola! Uma professora morta, duas crianças e três professores feridos na Escola Thomazia Montoro, SP. Minha solidariedade às vítimas e a comunidade escolar. É urgente avançar em políticas para uma educação segura!”. Camila Valadão, deputada estadual pelo Psol.

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